Anta louka

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Por que as noticias bizarras são mais irresistiveis?







Nesta sexta-feira, dia 1 de fevereiro, aconteceu na Campus Party a mesa “Isso é bizarro!” que discutiu porque notícias estranhas e inusitadas são as mais lidas na internet. A mesa foi mediada pela psicóloga Juliana Yokomizo e contou com a participação de Carol Castro, autora do blog Ciência Maluca, da Superinteressante e da repórter da GALILEU Luciana Galastri (que, por acaso, é essa que vos escreve e que acha muito estranho falar de si mesma na terceira pessoa).
Aqui, reunimos as principais ideias que surgiram na mesa durante a discussão – confira e entenda (pelo menos tanto quanto a gente) por que o bizarro faz tanto sucesso online:
1. É bizarro, mas eu também sou
Sim, eu Luciana, sou um pouco bizarra. Assim como você, leitor – sem ofensas. Todos nós temos as nossas esquisitices, logo não é de se surpreender que você se sinta atraído pelas esquisitices dos outros. Elas servem para mostrar que você não é assim tão diferente do resto do mundo, e até para justificar seus comportamentos.
2. Mas cada esquisitice é única
Você é esquisito, mas não da mesma forma que seu vizinho e, com certeza, de forma bem diferente do que aquele doidão que apareceu no YouTube cantando Bohemian Rhapsody enquanto foi preso. E você tem uma curiosidade mórbida de ver como as outras pessoas do mundo – e aranhas, e golfinhos e outros bichos – podem ser estranhos. Então quando você se depara com uma notícia bizarra no site, por mais que não simpatize com o que está sendo mostrado ali, a vontade de clicar é inevitável. Como foi colocado na mesa, sentimos coceira dentro do cérebro e uma coceira só passa quando coçamos ou, nesse caso, clicamos. Afinal você já experimentou ir contra seus instintos e não clicar em uma notícia bizarra? A possibilidade do que aquele link continha acaba te atormentando durante o dia inteiro, um assunto mal resolvido.
3. Tudo culpa da Internet
E a culpada disso é a internet. Em um site cheio das mais variadas notícias, temos uma tendência maior e completamente natural de clicar na foto mais chamativa e na manchete mais absurda. Basta nossos olhos passarem por ela e pronto – sua curiosidade está atiçada. Podem até ter outros links por ali, mas queremos compreender o que está acontecendo nessa imagem (por que a cara desse sujeito está assim?) e ver qual é o vídeo mais nojento do dia.
4. Produção
Uma notícia bizarra, quando chega a você, passa por um processo de adaptação ao formato notícia. Pegamos uma imagem que está bombando em um site de fóruns e viramos a internet em busca de sua fonte. Onde a foto foi tirada? Quem é o sujeito nela? Por que isso aconteceu? Nunca um vídeo, uma história ou uma foto é apresentada de qualquer jeito. Pensamos no melhor título, usamos a imagem mais chamativa primeiro, tentamos descobrir quais perguntas que você pode fazer sobre aquele assunto e buscamos respondê-las de antemão. Isso faz com que você se interesse pelo assunto e acabe compartilhando o link com seus amigos.
5. Compartilhamento
O fator mais essencial da notícia bizarra é pela internet. E quando falamos ‘viralizar’ parece que nos referimos a algo que acontece por um mecanismo online, que alguma entidade misteriosa decide que vai bombar. Mas, na verdade, uma coisa só viraliza quando você (sim, você) compartilha um link com seus amigos, comenta, posta ele em seu Facebook, Twitter ou qualquer rede social de preferência. E para que isso aconteça, todas as etapas anteriores precisam estar em ordem.
6. Equilíbrio
Nem só de notícias bizarras vive a GALILEU, ou um portal todo de notícias. Há sites dedicados exclusivamente a esses assuntos mas, na maioria dos casos (e no nosso), as pessoas querem saber de mais temas. Sim, é bacana ver o Ken e a Barbie da vida real, mas nossos leitores querem saber qual é a última novidade do Facebook ou entender como será o novo acelerador de partículas. Logo, para que você tenha o conteúdo do site do jeito que você gosta, precisamos atingir um ponto de equilíbrio entre notícias que geram interesse visceral (as bizarars) e os assuntos sobre os quais você também quer saber – internet, tecnologia, ciência, espaço, ecologia, por aí vai. E, para isso, contamos com sua ajuda. É o leitor que, através de comentários, participação pelas redes sociais e e-mails acaba nos dizendo sobre o que quer ler, o que agrada e o que não agrada. Então, todo esse processo que culmina em uma postagem sobre o assunto X ou o assunto Y é fruto de uma cuidadosa reflexão não só sobre o que está acontecendo no mundo, mas sobre os sinais que você nos dá.



Creditos:(http://colunas.revistagalileu.globo.com)







0 comentários:

Postar um comentário